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quarta-feira, 29 de junho de 2011

ORIENTE PRÓXIMO ASIÁTICO Garelli - Mesopotamia Israel Babilonia Assiria Ninive Caldeus Gilgamesh Deuses Sumerios Acadicos.












Autor : Paul Garelli & Nikiprowetzky

Título : O Oriente próximo Asiático:

Volume 1 - Das Origens às invasões dos Povos do Mar.
Volume 2 - Impérios mesopotâmicos - Israel.


Editora : Pioneira / Edusp

Da série Nova Clio - A História e Seus Problemas.

Ano : 1982

Páginas : 349 / 338

Comentário : Livro em bom estado de conservação, brochura com capa original. Com mapas, com indice de nomes de divindades, pessoas , lugares e noções. Com Quadros históricos cronologico de reis e soberanos do período.

São dois volumes de muitas informações históricas, a coleção Nova Clio é de grande reputação entre os historiadores em todo o mundo, obra de referência, escassa, não perca.

Investigação sobre as invasões arameias, tomada da Babilonia por Ciro, Os problemas que enfrentou Ramsés, etc. Na periferia desses impérios, um povo de importancia politica secundaria, mas cujos destinos, crenças a forte personalidade de Moisés imprimira uma orientação decisiva....

Veja alguns dos muitos tópicos:

Os instrumentos da pesquisa; obras gerais, historia da assiria e da babilonia; correntes intelectuais e religiosas, arqueologia, mundos perifericos, israel. os conhecimentos: expansao aramaica, ascensao da assiria, imperios, sistemas religiosos e correntes de pensamento. problemas e direçao de pesquisa: problemas politicos, problemas economicos e sociais, problemas religiosos

“O florescimento econômico trouxe consigo uma diferenciação social, a fixação de especialistas, que já não viviam diretamente da exploração agrícola, no interior das localidades de dimensões crescentes, e a difusão de técnicas novas. A invenção da escrita é apenas um fenômeno secundário decorrente da complexidade cada vez maior da vida econômica e social; aos olhos do historiador, no entanto, assume uma importância capital, pois lhe permite dar vida aos vestígios materiais exumados pelas escavações.”


Conforme Garelli, o politeísmo acádico era tolerante em relação a qualquer forma de religião, adotando tranqüilamente o panteão sumérico. Além de Shamash e Ishtar, os acádicos veneravam principalmente o deus sumério Enlil. Novas divindades eram Ilaba, o deus dinástico, Dagan e Annumitum. O conjunto dos deuses era chamado de Anunaki, e existem textos que agregam também “Anunaki do céu e da terra”. Algumas vezes faz-se uma diferenciação para indicar a totalidade dos deuses, os Igigi e os Anunaki. Os Igigi, neste caso, são os deuses dos céus, enquanto que os Anunaki referem-se aos deuses do Mundo Subterrâneo.



Depois do desaparecimento trágico do último descendente de Sargão, Sharkalisharri, em 2198 a.c., o
reino entrou em desagregação e a região foi dominada por um grupo de bárbaros chamados «guti».

Pelo ano 2120 a.C. o sumério Utu-gegal, rei de Uruk, conseguiu libertar a Babilônia da dominação guta'" e em 2111 a.c. o ENSí de Ur, Urnammu, fundou uma nova dinastia, a terceira de Ur, começando uma verdadeira renascença suméria na Babilônia. Urnammu assumiu em suas inscrições o título «Rei da Suméria e de Acade». Na região do rio Diyala, um centro antigo de tradições
semitas foi, sem dúvida, a cidade de Eshnunna. Estava situada a margem direita do Diyala, na localidade hoje conhecida como TelI Asmar, cerca de 35 km a nordeste de Bagdad....


Da capa:
Em prosseguimento ao maior projeto editorial, em nosso idioma na área de História, a PIONEIRA e a Editora da Universidade de São Paulo — EDUSP, oferecem aos estudiosos mais dois volumes da universalmente conceituada "Nouvelle Clio", publicada na França pela PUF — Presses Universitaires de France; cobrindo um amplo espaço da história do Oriente Próximo: este, de nº 2 (das origens às invasões dos povos do mar — 9000-1200 a.C.), e o de nº 2 bis que corresponde ao período que vai desde as invasões araméias, 1200-539 a.C., à tomada da Babilônia por Ciro, rei dos persas.

Neste volume, PAUL GARELLI, um dos mais reputados especialistas desta área, faz preceder o seu estudo de uma sintética, porém valiosa, introdução sobre a pesquisa assiriológica, mencionando os processos de decifração da escrita dita cuneiforme, as escavações arqueológicas, as línguas e respectivas grafias, a cronologia absoluta e relativa, como condição sine qua non da História.
A discussão dos problemas postos pelas civilizações e culturas dessa vasta área geográfica, da Síria-Palestina à Mesopotâmia, constitui o fulcro do trabalho de PAUL GARELLI, que traz, deste modo, sua preciosa contribuição ao conhecimento mais acurado de uma época tão importante quanto obscura na longa caminhada do Homem no tempo e no espaço históricos.

A estrutura de O Oriente Próximo Asiático: das origens às invasões dos povos do mar obedece ao rigor científico e ao mesmo método dos volumes já publicados. Isto é, a Primeira Parte inventaria toda a bibliografia reconhecida — os meios e instrumentos da pesquisa —; a Segunda descreve a situação atual dos conhecimentos adquiridos, ou seja, o "estado das questões"; a Terceira examina os problemas e os debates entre os historiadores, e tece considerações sobre as diretrizes e rumos de futuras pesquisas.

A tradução de EMANUEL O. ARAÚJO segue o padrão de qualidade dos demais volumes da NOVA CLIO, que vem garantindo à Série o mais elevado prestígio. A supervisão editorial teve a responsabilidade de JOÃO PEDRO MENDES, professor na UnB.

Livro em bom estado de conservação, capa brochura, escasso, não perca, saiba mais ....

Trata-se de um grande clássico de caráter universal primordial para a educação. Possui texto de fácil entendimento que estimula o leitor a pensar e refletir sobre o tema proposto.

Temos condição de conseguir muitos outros títulos sobre o assunto.

Diga-nos quais você precisa e lhe daremos a resposta.

Temos um vasto acervo sobre essa bibliografia temática.

Envio em até 24 horas após a confirmação de pagamento com confirmação via e-mail e número de postagem para acompanhamento da entrega.

Toda postagem pode ser rastreada pelo site dos Correios.

Todos os pedidos são enviados com seguro.

CASO HAJA INTERESSE NESSE LIVRO OU EM NOSSO SERVIÇO, ENVIE UM E-MAIL PARA

philolibrorum@yahoo.com.br

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Gnose - Estudos Esotéricos - Boris Mouravieff

Gnose - Estudos Esotéricos -

Boris Mouravieff

PÁGINAS: 360

EDITORA: ÍCONE

ANO: 1989

BOM ESTADO GERAL, PÁGINAS CONSERVADAS.coda14-x5

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Octavio Domingues Hereditariedade e eugenia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 1936


Octavio Domingues

Hereditariedade e eugenia.

Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

1936


Livro em bom estado de conservação, capa dura, com 189 pg., escasso, não perca, saiba mais ....

Domingues Hereditariedade e eugenia medicina racismo Brasil historia genetica limpeza eugenismo racial preconceito Institucional


Trata-se de um grande clássico de caráter universal primordial para a educação. Possui texto de fácil entendimento que estimula o leitor a pensar e refletir sobre o tema proposto.


"a eugenia age sobre a espécie, em suas origens, e assim o que promove é a seleção dos bem-dotados. E, feita esta seleção, que a moral, as religiões, a educação intelectual e a ginástica tomem conta de seus esforços, dignos e úteis para o homem ."


"a ciência que propõe estabelecer princípios e regras para a formação de proles sadias de corpo, sadias de espírito. Porém os meios de que ela se serve são os da heredologia, isto é, são leis biológicas, que a genética lhe fornece, capazes de serem aplicadas ao homem."

"Opino mesmo que, entre nós, uma campanha divulgadora, com fim de formar a consciência eugênica, na maioria da população das cidades, seria mais útil do que mais leis criando novas exigências, e limitando mais ainda a liberdade individual, tão mal compreendida nos países como o nosso, onde domina um liberalismo falsamente democrático. Para que leis? Para ouvirmos o clássico 'Não pode'?"


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Eugenia:

Constituída como movimento político-científico que visava a melhoraria da condição racial, a Eugenia estava fadada ao desenvolvimento da espécie. No Brasil, por volta do início da década de 1910, esta ciência ganhou alguns adeptos dizendo ser a salvação para o caso de multi-raças que aqui se instaurara. A herança da política escravocrata, somada à intensa imigração européia e posteriormente japonesa, fez com que os olhares da elite letrada recaíssem no desânimo.

A Eugenia seria a ciência capaz de curar os males produzidos pela miscigenação, pelo negro, pelo índio, pelos italianos e japoneses. Muito mais que regenerar racialmente a população brasileira, a Eugenia carregava, em seus preceitos, ares de um civismo europeu que aportaria neste país para endireitar corpos e embelezar o povo.

As investidas dessa Ciência, no Brasil, começam a surgir, de forma mais sistemática, por volta da segunda metade da década de 1910. Em 1918, Renato Kehl, juntamente com Arnaldo Vieira de Carvalho, funda a Sociedade Eugênica de São Paulo, um marco do movimento eugênico brasileiro
e importante conquista de Kehl em direção a seu projeto de vulgarização dessa Ciência.

No Brasil, podemos mapear duas orientações científicas do movimento eugênico (1917-37) que se estabeleceram em função da aderência às teorias de herança lamarckistas e mendelianas, acrescidas de orientações de cunho ideológico racial. A eugenia de fundamentação lamarckista é encontrada nos trabalhos de Renato Kehl, professor da Faculdade de Medicina de São Paulo e fundador da Sociedade Eugênica de São Paulo.

Por outro lado, a orientação mendeliana é verificada nos trabalhos de Octávio Domingues, professor da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz. Com relação à ideologia racial, também verificam-se divergências: Kehl condenava a mistura de raças por ser um dos fatores que degeneravam a espécie humana; Domingues aceitava a miscigenação (principalmente entre brancos e negros) por ser um fator de clareamento da raça negra.

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Trata-se de um grande clássico de caráter universal primordial para a educação. Possui texto de fácil entendimento que estimula o leitor a pensar e refletir sobre o tema proposto.

Temos condição de conseguir muitos outros títulos sobre o assunto.

Diga-nos quais você precisa e lhe daremos a resposta.

Temos um vasto acervo sobre essa bibliografia temática.

Envio em até 24 horas após a confirmação de pagamento com confirmação via e-mail e número de postagem para acompanhamento da entrega.

Toda postagem pode ser rastreada pelo site dos Correios.

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sábado, 11 de junho de 2011

Terra da Ibirapitanga A. L. Pereira Ferraz

Terra da Ibirapitanga

A. L. Pereira Ferraz

editora: Imprensa Nacional

ano: 1939

descrição: Com Desenhos, Mapas, Gravuras, Códices, Ilustrações Fac -símiles Fora do Texto; Papel Couché; Formato: 16x24, coda13-x12 & a18-x10.; 348 páginas;
Monografia exaustiva sobre o nome "Brasil". É um trabalho completo. Erudito, atual, brilhante. Mostra-se o autor perfeitamente informado acêrca de toda a extensa Bibliografia Nacional e Estrangeira à margem do nosso mais interessante problema de Etimologia: E expõe com lucidez, a ciencia, a honestidade dosa verdadeiros historiadores. O Tema é sugestivo e pode dizer-se que, desde 1627, quando o Frei Vicente Salvador concluiu a sua História do Brasil, preocupa os estudiosos..."

Anexado um mapa com o esquema da propagação do nome do nosso país. Encadernação original brochura. Fartamente ilustrado.

Única obra que registra todos os nomes que o Brasil já teve acomapnha várias cartas cartográficas entres outros registros e com algumas ilustrações. Excelente obra de pesquisa.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Bernardino José de Souza (sergipe) Ciclo do Carro de Bois no Brasil










Bernardino José de Souza (sergipe)

Ciclo do Carro de Bois no Brasil

Cia Editora Nacional

1958

Ilustrado, livro em bom estado de conservação, 557 pg, Formato: 16 x 25. escasso.
Obra de suma importância para o estudo do Brasil.
o Ciclo do Carro de Bois no Brasil, Bernardino José de Souza deixou um nome entre os grandes de Sergipe, esquecido ou desconhecido dos seus conterrâneos... obra clássica, publicada como parte da comemoração dos 30 anos da fundação da Companha Editora Nacional, como o volume 15 da Coleção Brasiliana, grande formato.








Professor de geografia, historiador e etnógrafo sergipano, Bernardino José de Souza (1884-1949), autor de muitas contribuições preciosas sobre a nossa terra e o nosso povo (Dicionário da terra e da Gente do Brasil; O Pau-Brasil na História Nacional; Ciclo do carro de bois no Brasil, dentre outros), continua ignorado por seus conterrâneos, apesar de ser referência importante no acervo bibliográfico em língua portuguesa. Em 1934, alcançara um merecido vôo para o Rio de Janeiro, onde assumiu alguns cargos públicos, como de Ministro do Tribunal de Contas da União. A obra de Bernardino de Souza, publicada em opúsculos e livros é constituída de discursos, proferidos em eventos memoráveis ou efemérides gloriosas, conferências, comunicações, memórias históricas, relatórios e artigos publicados nos jornais e revistas.


Nascido no Engenho Murta, Vila Cristina, hoje Cristinápolis, Sergipe, nos limites da Bahia, a 8 de fevereiro de 1884, Bernardino José de Souza, filho do coronel Otávio de Souza Leite, tipo representante da aristocracia rural do Império e Filomena Maciel de Faria, aprendeu às primeiras letras na fazenda com a professora Maria Sá Cristina de Gouvêa.


O jovem Bernardino chega a capital baiana juntamente com o pai, em 1897, aos doze anos, para interná-lo no Colégio Carneiro Ribeiro, situado no velho casarão da ladeira da Soledade, dirigido pelo grande filólogo. Feito os preparatórios matriculou-se em março de 1900, na Faculdade Livre de Direito da Bahia (hoje incorporada à Universidade Federal da Bahia), bacharelando-se a 6 de dezembro de 1904, sendo escolhido pelos colegas orador da turma de bacharelandos.


Após a sua formatura, casa-se em 8 de julho com d. Maria Olívia Carneiro de Souza, filha de Carneiro Ribeiro e logo se entrega ao magistério, sendo nomeado professor de matérias de sua predileção: Geografia (1905); História Universal e do Brasil em 1906, do conceituado Colégio carneiro Ribeiro. Nesse último ano foi convidado para reger uma das cadeiras do Instituto de Ciências e Letras.Inscreveu-se na Faculdade de Direito para concurso de lente substituto da 2ª seção e logrando aprovação, veio a ser nomeado pela congregação, por acesso, em 5 de abril de 1915, professor catedrático de Direito Internacional Público; Diplomacia e Direito Internacional Privado e Direito Público e Constitucional.


Em virtude da Lei orgânica do Ensino de 1911, passou a ser lente extraordinário da 1ª seção, compreendendo aquelas duas cadeiras e mais a de Enciclopédia Jurídica.
Como político, deputado estadual em duas legislaturas, a 8ª, de 1905 a 1906 e a 9ª, de 1907 a 1908. Na qualidade de professor do Educandário dos Perdões, Escola Normal, e equiparada em 1911, foi nomeado para lecionar Geografia e História. Bernardino de Souza ensinou em diversos estabelecimentos particulares de ensino. Foi Catedrático de História Universal no Ginásio da Bahia, do qual foi diretor em 1925.


Bernardino dirigiu a Faculdade de Direito da Bahia de 1929 a 1934, ano em que foi nomeado, por decreto de 9 de março, membro da Câmara de Reajustamento Econômico, no Rio de Janeiro, onde fixou residência. De 18 de fevereiro a 15 de agosto de 1931 foi secretário do Interior e Justiça, Instrução, Saúde e Assistência Pública, durante a interventoria de Artur Neiva (1880-1943).


Nomeado ministro do Tribunal de Contas da União, do qual foi presidente, nele permaneceu até falecer em 1949, na capital federal, vivendo seus últimos quinze anos.


Oriundo da aristocracia agrária, de família tradicionalmente ligada a terra, não perdeu nunca o seu sentido da vida rural, a paixão pelos seus encantos, que constituíram estímulo e inspiração de numerosos estudos seus. A terra e a gente do Brasil era sua paixão, aquilo que constituiu sua razão de ser. Severo e honesto em todas as suas atividades, conhecia profundamente tudo o que ensinava. Graças a Bernardino de Souza, os estudos brasileiros tiveram uma contribuição rara. Prático, era dotado de energia e vontade para execução dos seus ideais. Ou como bem definiu o educador baiano Anísio Teixeira (1900-1971):


"Bernardino José de Souza foi um homem bem representativo do nordeste, da zona semi-árida onde nasceu na fronteira entre Bahia e Sergipe. Não tinha aquela "maciez" dos baianos, ou dos nortistas "amaciados" pela Bahia, da observação penetrante de Gilberto Freyre. Bernardino, como Rodrigues Dória, foi um sergipano cheio de ímpetos, e de até violências, postos a serviço de grandes causas. Renovou, material e intelectualmente, duas instituições culturais de grande porte: a Faculdade de Direito (onde é atualmente a sede da Ordem dos Advogados, depois de ter sido o prédio ocupado pela Escola de Administração da UFBA e pelo Fórum Federal) e o Instituto Histórico da Bahia. Sozinho, construiu palácios para ambos, abrindo-lhes novos rumos".
Apaixonado, desde cedo, pela geografia, Bernardino José de Souza participou com brilho excepcional de todos os congressos nacionais da especialidade. Foi realmente, antes de tudo um geógrafo. Portanto, não foi somente um homem de idéias, mas, sobretudo de ideais.
No longo prefácio de 21 páginas, escritas por Teodoro Sampaio para o livro Por Mares e Terras (leituras geográficas), de 1913, o experiente geógrafo e historiador baiano comenta o seguinte: "As Leituras Geográficas do Dr. Bernardino de Souza, construídas por uma série de artigos, aparentemente desconexos, lançados nos moldes superiores da boa doutrina, da linguagem castigada e vibrante de juvenil entusiasmo e de patriotismo, vêm assim, atalho, agita questões que mais de perto se prendem ao desenvolvimento nacional, no que ele reclama do melhor conhecimento do nosso próprio território, pelo estudo mais acurado da Geografia Pátria, pelos problemas científicos de que cogitam, pelas sugestões de caráter político-administrativo que elas lembram, pela novidade de certas investigações que manifestam". E encerra à apresentação desta coletânea geográfica, de Bernardino de Souza dizendo que é "fruto de vocação e de entusiasmo de um cultor sincero da geografia, encontre no meio culto da nossa terra àquela boa acolhida a que faz jus toda a boa ação desinteressada e patriótica, qual a de estudar e divulgar a ciência, despertar energias e preparar o futuro, são os meus votos".


Morto em 11 de janeiro de 1949 no Rio de janeiro, o féretro saiu à tarde do dia seguinte de sua residência, à Rua Cândido Gaffrée, 196, para o Cemitério São João Batista. Bernardino de Souza deixou viúva, Maria Olívia Carneiro de Souza e os filhos Maria Berenice Carneiro de Souza (funcionária da ONU, nos Estados Unidos da América), Selene Maria de Souza Medeiros (poeta, casada com José Cruz Medeiros) e Sindoro Carneiro de Souza (engenheiro civil do Conselho de Águas e Energia Elétrica). O professor deixou ainda dez irmãos residentes entre os Estados da Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe.


Obras-Primas (O pau-brasil na história nacional) - o pau-brasil, hoje árvore rara, era intensamente procurado nos tempos coloniais para a extração do corante vermelho brasilina, que, depois de extraído, oxida-se, dando a brasileina; usava-se esse corante para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever. Hoje em dia, a madeira fornece é empregada apenas na fabricação de arcos para violino, motivo pelo qual é exportada, em pequena escala.


O livro é resultado da tese apresentada por incumbência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para o III Congresso de História Nacional (1938). Publicado no ano seguinte, a esse estudo valioso, específico, que abarca o problema em sua totalidade, foi acrescida de um capitulo do cientista Artur Neiva e de um parecer de Oliveira Viana. O historiador e professor Américo Jacobina Lacombe (1909-1993), diretor da coleção "Brasiliana", responsável pela edição do livro, disse que ele "representou para os estudiosos da primeira fase de nossa história econômica, sabem-no todos os estudiosos do país".


O Pau-Brasil na História Nacional é um admirável estudo de Geografia Humana, com toda a influência econômica e social do espécime da nossa flora que batizou o país. É um rigoroso trabalho de pesquisa, inficiente para modificar o conceito até então firmado, de que o ciclo econômico do pau-brasil esteve circunscrito ao século XVI. A documentação revelada demonstra que tal ciclo veio até o último quartel do século XIX. Na verdade o pau-brasil teve significado na história, refletindo-se em vários aspectos, pois fez muito mais do que contribuir para o nome do país.


(o ciclo do carro de bois no Brasil) - o carro de bois foi o primeiro veículo que rodou em terras brasileiras, introduzido pelos portugueses. Seu surgimento e seu emprego estiveram estreitamente ligados à indústria canavieira. Nos séculos XVII e XVIII, monopolizou quase todo o transporte por terra no Brasil. No século XIX, ainda era o principal veículo de transportes pesados por terra. Apesar do desenvolvimento dos transportes mecanizados e do surgimento e expansão das ferrovias, o carro de bois no século XX continuou largamente utilizado, sobretudo no interior.


O projeto para a realização desse livro exigiu de Bernardino todas as reservas de homem de ação e as qualidades do sociólogo, do historiador, do geógrafo, do folclorista. Foi a saudade do Engenho Murta que deu a Bernardino forças necessárias para elaboração do livro. Ciclo do carro de boi no Brasil é na verdade um reencontro com as coisas do seu passado. Disse Bernardino de Souza:
"Este livro foi elaborado com o pensamento nas duras e generosas lidas dos agricultores do Brasil, em cujas fileiras se inscrevem ao meu alcance, todos os meus antepassados. Por isso mesmo o esforço e consagro a todos os lavradores do país, ricos e pobres, proprietários e jornaleiros: quero apenas significar-lhes a veneração que tributo a quantos, poder a poder, desde os albores da Pátria, tem desbravado, semeado e regado de suor, permitindo-lhe o crescimento modesto e sóbrio, mas seguro e honesto, através de quatrocentos anos de jornada ao sol da civilização".
Sobre o livro afirma Anísio Teixeira em uma de suas abras: "apresenta muitos pontos de contato com as obras materiais que realizou. É uma pesquisa em profundidade, com material planejado e reunido pelo autor, material este que normalmente exigiria uma equipe distribuída pelos quatro cantos do país.


A indomável energia de Bernardino de Souza conseguiu emoldurar um vasto painel, cheio de variantes no tempo e no espaço, e transforma-lo em obra monumental de arte e de pensamento a um só tempo: inspiração para o artista e instrumento de trabalho para o cientista social".


Portanto, Ciclo do carro de bois no Brasil, escrito com o mais completo rigor científico, continua até hoje sendo o de maior utilidade para a compreensão da vida econômica do país em todos os tempos. Concluída a longa pesquisa, vieram às desilusões quanto à publicação imediata. Apesar de ter recorrido a várias editoras, instituições, órgãos de cultura, Bernardino de Souza não viu o seu maior projeto publicado.Idéias/ideais - Bernardino promoveu a construção, no bairro da Lapinha, de um pavilhão onde hoje se conserva ainda a figura lendária das páginas da Independência da Bahia (1823). Os carros alegóricos do caboclo e da cabocla são conduzidos pelo povo ao Campo Grande, em 2 de julho. Entre as grandes realizações do grande estudioso está à construção do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e da Faculdade de Direito da Bahia, que realizou com esforço inaudito, empreendendo-se excursões pelo interior da Bahia a fim de angariar donativos, fazendo conferências e promovendo espetáculos até vê-los instalados em prédios condignos.


Em virtude dos considerados ou relevantes serviços prestados à terra de Rui Barbosa (1849-1923), a congregação da Faculdade de Direito, por resolução de 27 de outubro de 1937, conferiu-lhe os títulos de Professor Emérito e Benemérito da Faculdade. Seus trabalhos refletem todo o gosto e o amor pela terra baiana, onde fez toda a sua formação intelectual. De modo que suas obras, revestidas de exaltação incontida, eram, ao mesmo tempo, de precisão heurística intocável.


Bernardino de Souza especializou-se em nomenclatura geográfica, produzindo várias monografias na matéria e, a final, um livro clássico: Onomástica geral da geografia brasileira (1927) e republicada em 1939 com o título de Dicionário da terra e da Gente do Brasil. O pesquisador sergipano foi sócio correspondente do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco; do Instituto Histórico de São Paulo; do Instituto de Minas Gerais e membro correspondente da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e outras sociedades nacionais e estrangeiras. Colaborou em vários periódicos baianos: Diário de Notícias; Jornal de Notícias; Via-Láctea; Revista da Academia de Letras da Bahia; Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Revista da Faculdade de Direito da Bahia, Revista Bahiana de Doutrina, Jurisprudência, dentre outros.