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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Historia do Medo no Ocidente Jean Delumeau Escola dos Annales
Historia do Medo no Ocidente (1300-1800) - Uma Cidade Sitiada
Jean Delumeau
Cia da Letras
1989
livro em bom estado de conservação, escasso, edição esgotada há tempos, não perca, saiba mais.
"Não temos história do amor, da morte, da piedade, da crueldade, da alegria." A queixa de Lucien Fèbvre, em 1948, muito repetida desde então, tornou-se quase um manifesto da disciplina que se convencionou chamar a "história das mentalidades". Uma das lacunas que o fundador da escola dos Annales deplorava foi preenchida pela História do medo no Ocidente.
Ao tomar como objeto de estudo o medo, Jean Delumeau parte da idéia de que não apenas os indivíduos mas também as coletividades estão engajadas num diálogo permanente com a menos heróica das paixões humanas.
Revelando-nos os pesadelos mais íntimos da civilização ocidental do século XIV ao XVIII - o mar, os mortos, as trevas, a peste, a fome, a bruxaria, o Apocalipse, Satã e seu agentes (o judeu, a mulher, o muçulmano) -, o grande pensador francês realiza uma obra sem precedentes na historiografia do Ocidente.
Neste estudo clássico, o medievalista e professor no Colégio de France, descreve os medos mais lembrados na Europa dos séculos XIV e XVII e que tiveram profunda influência no coletivo universal. A peste negra, as trevas, a fome, as bruxarias entre outros são destacados como surgiram e como influíram no mundo.
A peste chegou a Europa nos anos 1300 trazidos por conquistadores mongóis e turcos otomanos.Espalhou-se rapidamente devido as condições sanitárias vigentes ( esgotos a céu aberto, condições de moradias subhumanas, banhos quase inexistentes, aglomerações humanas e de animais domésticos).
Foi propagado principalmente por ratos, animais que aprenderam a conviver com humanos.Foi utilizado pela Igreja para expiação de muitos pecados.Matou milhões de pessoas.
As trevas são as próprias condições proporcionadas pelas guerras, cruzadas, escravidão e sempre foi acompanhada pela fome, pois os europeus eram basicamente agricultores e os conflitos sempre acabavam com a lavoura.
Os medos de castigos sobrenaturais,aliados a uma ignorância quase total sobre curas de doenças pelas plantas e remédios caseiros, o medo de algo que é novo e desconhecido e portanto deve ser extirpado, pois provoca reações inesperadas fizeram com que a caça ás bruxas fosse uma rotina. E quem era caçada eram pobres mulheres camponesas que sabiam fazer remédios á base de ervas e injustamente morriam.Transportou-se para o Novo Mundo no melhor exemplo das bruxas de Salém, onde o fanatismo religioso protestante fez diversas vítimas.
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