Manuel Arão
Transfiguração - Scenario Pernambucano
Chardron - Portugal
1908
presidente da Academia Pernambucana de Letras.
Livro em bom estado geral de conservação, capa brochura original. Miolo em bom estado, capa conservada.
Qualquer dúvida, pergunte-nos.
Manuel Arão Oliveira Campos nasceu na pequenina Vila de Afogados
(Misericórdia) em 11 de janeiro de 1874 (embora existam registros que
dizem ser 1873, 1875 e 1876), auge do período imperial em que havia
grandes divergências religiosas entre os da Igreja e os anticlericais,
grande parte ligados à Maçonaria.
Filho do capitão José Matheus Coimbra Campos e dona Francisca Joaquina
de Oliveira Campos. Com sua esposa, dona Palmira de Oliveira Campos teve
uma única filha chamada Zalina, que se casou com o primo Oscar de
Campos Góes (engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura).
No Recife desempenhou inicialmente trabalhos de escritório, mas
dedicando-se ao mesmo tempo à vida literária, ligando-se ainda às
atividades dos grupos maçônicos podendo ser considerado como um
militante da maçonaria.
Na Maçonaria - Loja Cavaleiros da Cruz -, onde foi iniciado em 24 de
junho de 1904, aos trinta anos de idade, galgou todos os graus
filosóficos, chegando ao grau 33, fazendo parte de um grupo de maçons de
escol.
Sua militância na maçonaria foi das mais intensas, tendo não só
participado da ação dessa sociedade beneficente como também escrito
livros doutrinários e análise histórica. Esta fase intelectual de sua
vida representa a parte da maturidade, quando já passara aquela dedicada
à poesia e ao romance.
Política e literariamente, foi um escritor e jornalista polêmico, tanto
que no Jornal de Domingo formava, juntamente com João Barreto de
Meneses, Ernesto de Paula Santos, Arthur Bahia, Olímpio Galvão e Bráulio
Cunha, uma brigada de vanguarda para combater idéias e conceitos que
considerava errôneos, notadamente quando partiam da Revista
Contemporânea, capitaneada por Theotônio Freire, Arthur Muniz,
Demósthenes de Olinda, Franca Pereira, Alfredo de Castro e Paula Arruda.
Entre os livros maçônicos destacam-se A Maçonaria e sua Missão Social de
1907, daí enveredou pela análise das relações religiosas, com dois
livros publicados em 1915, A Separação entre a Igreja e o Estado e
Fetichismo, Monoteísmo e Politeísmo.
Alguns dos seus livros, sobretudo os dedicados à
Maçonaria e aos problemas religiosos deveriam ser republicados face à
contribuição que trazem à história cultural de Pernambuco. Eles iniciam
uma retomada dos temas que foram discutidos meio século antes por
polemistas, como Abreu e Lima e Pinto de Campos, e que foram continuados
por Soriano de Souza, durante a Questão Religiosa.
Maçom e Espírita, mente aberta à ciência e novas teses filosóficas
acerca da espiritualidade dos homens, foi duramente atacado pela Igreja
católica. No romance O Claustro utilizou seu vasto conhecimento
literário e científico para estigmatizar a sociedade católica,
enfatizando sua debilidade moral, posto que a personagem central do
romance, Cláudia, era filha de um padre.
No Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco consta que Manoel
Arão era solteiro, mas no livro "Velhos e Grandes Sertanejos" está
escrito que ele era casado com dona Palmira de Oliveira Campos.
Manuel Arão partiu para o Oriente Eterno em 14/01/1930.
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