JOSÉ CARLOS DE MACEDO SOARES
LIBRAIRIE DE JURISPRUDENCE L.CHAUNY ET L. QUINSAC - PARIS -
1927
PREFÁCIO DO SR. DR. ANTONIO CARLOS(PRESIDENTE DO ESTADO DE MINAS) - capa dura, bom estado, com169 PÁGINAS, escasso, não perca, saiba mais....
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Macedo Soares (José
Carlos de M. S.), advogado, industrial, professor, político, diplomata e
ensaísta, nasceu em São Paulo, SP, em 6 de outubro de 1883, e faleceu
também em São Paulo em 28 de janeiro de 1968. Eleito em 30 de dezembro
de 1937 para a Cadeira n. 12, na sucessão de Vítor Viana, foi recebido
em 10 de dezembro de 1938, pelo acadêmico Ataulfo de Paiva.
Filho do dr. José
Eduardo de Macedo Soares e de d. Cândida Sodré de Macedo Soares,
pertencentes a tradicional linhagem de famílias da sociedade fluminense e
paulista. Fez o curso primário na Escola Modelo Caetano de Campos e o
de humanidades no Ginásio de São Paulo, bacharelando-se em ciências e
letras, em 1901. Em 1905, formou-se pela Faculdade de Direito de São
Paulo. Depois de diplomado, foi professor de Economia Política e
Finanças no Curso Superior da Escola de Comércio Álvares Penteado, de
São Paulo, e diretor do Ginásio Macedo Soares. Como advogado, industrial
e diretor de múltiplas empresas, o seu nome gozou de enorme prestígio
no seu Estado natal. De 1911 a 1928 fez várias viagens de estudo à
Europa e aos Estados Unidos. Foi presidente da Associação Comercial de
São Paulo, e como tal prestou relevantes serviços durante a revolta de
1924.
Tomando parte saliente
nos vários movimentos que culminaram com a transformação política de
1930, foi, pelo presidente Getúlio Vargas, convidado para gerir a pasta
das Relações Exteriores, ao iniciar-se o primeiro quadriênio
constitucional. Em 1932, seguiu para Genebra, nomeado chefe da Delegação
do Brasil à Conferência do Departamento e à 16a Conferência
Internacional do Trabalho, e representante do Brasil no Bureau de
Administração do BIT. Ao celebrar-se, naquele ano, na Itália, o
centenário de Anita Garibaldi com a inauguração do seu monumento no
Janículo, Macedo Soares foi enviado a Roma, em missão especial, para
representar o Brasil nas festas desse centenário, e ali pronunciou um
discurso evocando os laços que ligam a Itália ao Brasil. A par do
desempenho dessas missões, ocupava-se, na imprensa e em livros, dos
temas diplomáticos brasileiros, de política, finanças, educação e
sociologia. De regresso ao Brasil, em fins de 1932, muito contribuiu
para a obra de consolidação da paz em São Paulo.
Em 1933, foi eleito
deputado à Assembléia Nacional Constituinte. Em julho de 1934, foi
nomeado ministro das Relações Exteriores no governo constitucional do
presidente Getúlio Vargas, deixando a pasta em 2 de janeiro de 1937. Em
julho de 37, foi nomeado ministro da Justiça, ocupando o cargo até 9 de
novembro de 1937.
A passagem de Macedo
Soares pelo Ministério do Exterior assinalou o revigoramento da melhor
tradição diplomática do Brasil, como defensor e propulsor da paz no
continente e no mundo. Reclamada a presença brasileira nas conferências
que, em Buenos Aires, prepararam a solução pacífica do conflito
paraguaio-boliviano do Chaco, Macedo Soares trabalhou pela assistência e
colaboração do Brasil na solução do conflito. A visita do presidente
Vargas, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, coroou, em
memoráveis circunstâncias, a cooperação americana do Brasil.
Nomeado, em 1937,
presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi o
responsável pela instalação desse conceituado órgão da administração
federal. A partir de 1939, foi membro da Comissão Brasileira para a
Codificação do Direito Internacional. Foi professor e o primeiro diretor
da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade
do Brasil e da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil e da
Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Durante muitos
anos foi diretor da Liga de Defesa Nacional.
De novembro de 1945 a
março de 47, foi interventor federal no Estado de São Paulo. Nomeado
novamente ministro das Relações Exteriores, em 1955, no governo
Kubitschek, permaneceu no posto até 1958.
Era membro, desde 1939,
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi
vice-presidente e, a seguir, presidente perpétuo; membro da Academia
Internacional de Diplomacia; membro da Ordem dos Advogados de São Paulo;
sócio honorário da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnografia;
sócio de honra do Liceu Literário Português; membro da Academia
Brasileira de Filologia e da Academia Paulista de Letras e membro da
Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, da qual foi presidente.
Pertencia também a inúmeras instituições estrangeiras, entre as quais o
Instituto Histórico y Geográfico del Uruguai, a Academia Uruguaya de
Letras, a Academia Argentina de Letras, a Academia das Ciências de
Lisboa, a Real Academia de História de Portugal, a Sociedade de
Geografia de Lisboa e o Instituto de Coimbra. Foi presidente da Academia
Brasileira de Letras em 1942 e reeleito em 1943.
Obras:
Falsos troféus de Ituzaingó, história diplomática (1920);
Acontecimentos de julho de 1924, história (1925);
A borracha, estudo econômico e estatístico (1927);
O Brasil e a Sociedade das Nações, ensaio (1927);
As eleições presidenciais nos Estados Unidos, ensaio (1928);
A política financeira do presidente Washington Luís, estudo (1928);
O Banco do Brasil, como Banco Central de emissão e redesconto, conferência (1929);
Per aspera ad astra, discurso (1930);
O cardinalato, conferência (1930);
Discursos: Rumos da diplomacia (1937);
Cidade penitenciária (1937);
Fronteiras do Brasil no regime colonial, tese n. 17, apresentada ao Congresso de História Nacional comemorativo do centenário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1939);
Discurso na posse da presidência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1940);
Santo Antônio de Lisboa Militar no Brasil (1942);
Fontes da história da Igreja Católica no Brasil, história (1954).
A bibliografia de Macedo Soares consta ainda de inúmeros discursos e conferências sobre assuntos administrativos, políticos, econômicos e sociais; discursos e conferências na Academia Brasileira de Letras e relatórios do ministro das Relações Exteriores.
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