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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Amando Fontes Rua do Siriry José Olympio 1937 Sergipe Aracaju modernismo literatura brasileira

Amando Fontes

Rua do Siriry


José Olympio

1937

Nº de páginas: 366 - Medidas: 13x18 Livro em bom estado de conservação, brochura original,escasso,coda13-x6,não perca, saiba mais .... ver se e sergipano...

Trata-se de um grande clássico de caráter universal primordial para a educação. Possui texto de fácil entendimento que estimula o leitor a pensar e refletir sobre o tema proposto.

Destacando os traços significativos da fisionomia do Nordeste do Brasil, este estudo se impõe ao interesse de todos pela originalidade das idéias e dos pontos de vista do autor e pela modernidade do método ecológico de interpretação social aplicado sem cientificismo nenhum à caracterização de uma das àreas mais antigas da cultura brasileira;


A RUA SIRIRI ERA TORTUOSA E ESTREITA COMO A VIDA DAQUELAS INFELIZES CRIATURAS QUE IAM PARAR ALI ARRASTADAS PELO MAIS CRUEL DOS DESTINOS....

Um romance feito de assombroso realismo, onde desfilam ansiedades e desenganos, prazeres e sofrimentos, seduções e mazelas, quando as cabeças estão cheias de vento e os pés cheios de lama.

CONSIDERAÇOES SOBRE O AUTÓR E SUA OBRA AMANDO FONTES, paulista de nascimento, ficando órfão de pai aos cinco meses de idade, foi morar com os avós paternos em Aracaju de onde saiu após os preparatórios para matricular-se na Escola Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Estreou na vida literária com Os Corumbas que conseguiu várias edições.

Depois chegou a vez de ver glorificado o seu romance Rua do Siriri, em que narra da maneira mais precisa essa infeliz gente que passa por tantas decepções e angústias em uma casa de mulheres.

É Mariana ao lado de Esmeralda procurando uma solução para seus problemas e os alheios. A Rua do Siriri - tortuosa e estreita como aquelas vidas - servindo de esgoto social. Angelina querendo fazer-se conformada. Tita encaminhada para um fim trágico. Djanira, tão nova e tão ferida pela sorte! Nenen arrastando o seu pudor no meio do vício. Rosa com sua triste história. E tantas outras que surgem e se vão como poeiras humanas. Os homens ambiciosos. Os homens perversos. Os homens enganadores.


"Romance, como convém à ficção moderna" - assinala Ivan Cavalcanti Proença -

"misto de imaginação e memorialismo, nos traz aliada à empatia do autor, uma adequação de personagens raramente encontrável em narrativas de tal conteúdo. Não foi necessário lançar mão de recursos extra-artísticos para manter a verossimilhança da obra. Que, com equilíbrio, nos revela o patético e a fragilidade das convenções, o anti-simbólico, e com rara habilidade. Uma corneta, ao longe, sempre tocando silêncio, à hora de dormir, para os que têm a vida metodizada, normal, inclusive as famílias vizinhas ao quartel. Menos para as vizinhas da Rua do Sirir/. Que, para elas, era o anti-silêncio de quem trabalha à noite."

E Mário de Andrade, o movimentador do modernismo no Brasil, entre outras coisas, disse sobre o livro de Amando Fontes o seguinte:

"Meu Deus! a gente chega a ficar com falta de ar, assim, vendo essa gentinha miúda sofrer miudinho, dia por dia, passo a passo, sofrimento do que as próprias alegrias são tão ... são tão sofridas, por inconscientes do que seja felicidade, do que seja a grandeza a que o ser humano poderia atingir, se quisesse ... "

As histórias narradas pelas mulheres que, por força do desengano ou de um desvio da sorte, contam para expor a razão de seus maus passos, conseguem fazê-las unidas nos revezes e nos sofrimentos. A Rua do Siriri é um livro bastante humano embora apontando o que há de mais desumano nesta vida.


o autor de origem sergipiana legou uma leitura contundente a respeito das condições sociais vivenciadas pelo que denominou o "povo" brasileiro.

Seus personagens mereceram comentários dos mais variados intelectuais nas principais revistas literárias na década de 1930. As críticas e resenhas propiciam aprender o olhar político do autor e dos leitores ao definirem o lugar dos marginalizados no contexto da introdução do sistema fabril no norte e nordeste do Brasil.


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