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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e Seus Descendentes Carlos Xavier Paes Barreto genealogia familias linhagem nordeste



Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e Seus Descendentes

Carlos Xavier Paes Barreto

editora: Melso

ano: 1960

livro em bom estado, 378p, 24 cm.coda1-x12,, encadernação em capa dura, miolo completo, bem conservado,
O verdadeiro clássico sobre a genealogia nordestina, obra de referencia, escass, não perca, saiba mais ...


"Sucede, porem, que nas famílias portuguesas, era comum os liames entre parentes, de modo que o mesmo vulto poderia ser repetidamente tronco de outro.

Os casamentos consanguineos provocavam o que, genealogicamente, pode ser chamado perda de ancestrais. Lembra Eurico Scheffer que Felipe, o belo, Joana a louca e D. Manuel, o venturoso, eram duplamente bisavós de Felipe que tinha sob a cabeça duas coroas.

O exemplo é exiguo pois mesmo em Pernambuco há muita gente que descende de Florentino Barreto, de Lambert Lins, do Barão Henrique de Holanda, de Bartolomeu Sá, por numerosas ligações.

Pessoas há nas condições do autor, cujo 8º avó-Arnau de Holanda é seu ascendente 77 vezes, do mesmo modo que o é por 58 Cristóvão Lins, por 37, João Gomes de Melo, por 28 Francisco Carvalho de Andrade, por 27 João Paes Barreto e por 20 Gaspar Wanderley."




"Ana Paes, filha de Jerônimo Paes e viúva de Pedro Correia da Silva, desceu de consideração ao matrimoniar-se com Carlos Tourlon, comandante da guarda de Nassau.

O povo estigmatizou os defeitos, com exageros, da bela senhora do engenho Casa Forte que, sendo filha e irmã de nobres se fora amancebar com um hereje desde que casada por preticantes de outra seita, conforme opinara Frei Manuel Calado. E a indignação pública cresceu quando em terceiras núpcias casou-se Ana Paes com o Capitão Gilberto With.

Não era só a ogerisa ao inimigo com o qual viviam harmonizados durante o armistício. Havia o caráter religioso.

Durante quase todo o século XV, a colonização fora restrita aos católicos, como assinalou Handelman.

O frade ia a bordo examinar a consciência, a fé, a religião, diz Gilberto Freyre.

Causava verdadeira repugnância as damas que se passavam para os do rito reformado. Leonor Cabral decaiu ao casar-se com Adriano Van Trapper. Era menos conceituada do que quando, depois de viúva, teve filhos de João de Souza.

O descrédito de Ana Paes foi igual ao das esposas de Hus, Goebell Will, Van Brolmd, Van der Hart, Van der Schomemborde.

Não provocou a mesma antipatia o enlace de Gaspar van der lei, capitão de cavalaria, com Maria Melo, filha de Manuel Gomes de Melo e Adriana de Almeida.

Substituira Matias de Albuquerque no comando de Serinhaem, e se portara com moderação. O principal motivo, foi, porém, o de ter-se convertido ao catolicismo.

Não batemos palmas à conduta do nosso ascendente, de velha estirpe, amigo particular de João Maurício, a quem escolheu para padrinho de seu primeiro filho. Não foi fiel à sua gente tomando, no cêrco de Pontal de Nazaré e nas lutas que se seguiram, o nosso partido.

A grande e influente descendência de Gaspar nada teve de flamenga. Seus 4 filhos, João Maurício, Gaspar, Manuel Gomes e Adriana tiveram educação quando já sua mãe contraíra novas núpcias com o guerreiro João Batista Accioli, também nosso ancestral. Casaram-se com brasileiras."




"Poucas foram as ligações entre holandeses e brasileiras. Parece não haver exemplo de holandesas com espôsos brasileiros, apesar de interpretação dada a certa carta de Maurício de Nassau. O Marquês de Basto avalia em 20 os casos de patrícias nossas que escolheram maridos entre os adversários. Essas, mesmo no período do armistício, não continuaram a gozar do mesmo prestígio. Haja vista Ana Paes, filha de Jerônimo Paes e espôsa do fidalgo Pedro Corrêa da Silva. Morto êste, casou-se com o capitão Carlos Tourlon, que comandava a guarda do Conde Maurício de Nassau.
O povo, escandalizado, exagerava os defeitos da bela pernambucana.
Entre os holandeses do tempo de Nassau achava-se o capitão de cavalaria Ritmeester Gaspar van Nieuhotf van der Ley, fidalgo de Brandenburgo, conforme atestado do Conde João Maurício, e senhor dos engenhos Algodoais, Utinga de Baixo e Utinga de Cima.
O van indica prefixo usado por nobres da Holanda. Em Pernambuco, entre outros, estiveram Van Bremont, van der Brande, van Broech, van Cels, van Ceulen, van Dockurn, van Goch, van Ghliessen, van der Hart, van Schomembork, van der Schkoppe, van der Venne, van der Hart, van der Ney, van der Koc.
O casamento brasileo-flamengo que não provocou as antipatias causadas pelos de Hus, Traper, With e outros, foi o de Gaspar Wanderley com D. Maria de Melo, filha de Manoel Gomes de Melo e Adriana de Almeida, neta de João Gomes de Melo, Ana de Holanda, Baltazar de Almeida Botelho e Brites Lins.
Grande descendência deixou o casal.

Entretanto, apenas 4 filhos teve o velho holandês: Gaspar Wanderley (2.º), Manoel Gomes Wanderley, Adriana Wanderley, espôsa de André de Barros Rego, e João Maurício Wanderley. O primeiro deu-lhe 3 netos, o segundo 2 e o terceiro apenas um.

Uma grande descendência, entretanto, provém de João Maurício Wanderley, que teve 15 filhos, entre os quais Sebastião Maurício Wanderley com 12 e Gonçalo R. Wanderley com 23 filhos. Os da estirpe Wanderley se misturaram com as de Barros, Pimentel, Rocha, Lins, Paes Barreto. Êstes são descendentes de 2 filhos de Gaspar: João Maurício e Manoel G. Wanderley; e de 4 filhos de João Maurício: Rosa Maurícia, espôsa de Cristóvão P. Barreto, Cristóvão da Rocha Wanderley, Isabel Wanderley, casada com José de Barros Pimentel e Adriana Wanderley, consorte de Manoel Coelho Negromonte....


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sobre a Genealogia:

A genealogia, como ciência não se restringe à investigação exclusiva de árvores nobiliárquicas, mas à reconstituição de todas as famílias, por mais modestas no sentido de buscar a contribuição pessoal na obra comum de engrandecimento da Pátria.

A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, quando cultivada em função da Terra e do Sangue.

O povo que não olha para o passado à procura de seus ancestrais jamais olhará para o futuro e para a posteridade.

Por que ainda hoje há pessoas que se interessam por assuntos tão tolos como origem de famílias ? A todos estes respondo que é com o conhecimento de onde viemos que saberemos aonde vamos. Quer queiramos ou não são os nossos ancestrais que deram a formação mais profunda do nosso ser, do nosso existir. É pois conhecendo as tendências, os modos de ser dos nossos, que saberemos lutar, pelo que seremos e o que os nossos filhos serão. Desse modo, também a eles ofereçamos o gosto pelo conhecimento dos nossos.

Ressuscitar as memórias das passadas gerações, e dentre o pó das histórias evocar todas as glórias
das antigas tradições, é serviço, é incitamento, é missão honrada e nobre.

A preocupação absorvente da Gleba e da Família, do apego ao chão e às tradições domésticas, fecunda as raízes das árvores genealógicas, que são áridas e frias, inexpressivas e mudas quando redundam em simples enumeração de ascendentes e descendentes.

Florescem os seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se, enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida,quando investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos antepassados, para viver suas existências, comungar suas dores, beber suas lições, impregnar-nos de suas virtudes e do heroísmo de seus martírios.

Se o brasileiro se apaixonasse pela sua Terra e pela sua Gente, pela comuna cuja gleba seus avós lavoraram, essa paixão longe de desenvolver qualquer regionalismo, lhe daria uma alta e humana compreensão da Vida, da verdade da História e do sentido cristão da Pátria – pátria admirável e bela, que é a mesma paisagem conhecida e amiga que nos habituamos a contemplar da janela da casa paterna e que nossos mortos levaram na retina para o seio da terra abençoada, pátria que é ossuário de....

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Esta Página visa contribuir, com a localização de livros escassos, aos estudiosos das diversas ciências e áreas de estudo ou mesmo hobbies. Sobretudo as publicações já fora de comércio, antigas, esgotadas.

Um comentário:

  1. Como estudo a história dos engenhos de Pernambuco e seus proprietários, gostaria de saber quais os livros que esse acervo possui sobre o assunto, como posso adquiri-los e valor.
    LouRodrigues
    lunbr1@hotmail.com

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