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domingo, 27 de agosto de 2017

Todos contam a sua vida: memórias da infância e da adolescência. Vivaldo Coaracy

  
Todos contam a sua vida: memórias da infância e da adolescência.
Vivaldo Coaracy   
editora: José Olympio   
ano: 1959

descrição: 1ª edição. Capa de Luis Jardim. Encadernação original brochura, Livro em bom estado de conservação, 
269 pp.   

Memórias do autor sobre a Revolução de 32.   Este livro foi escrito no exílio, nos dias amargos, longos e vazios que se seguiram ao desfecho repentino da guerra constitucionalista, movida por São Paulo contra o regime ditatorial.       

A SALA DA CAPELA! ... Essas palavras me trazem sempre à lembrança episódios dos mais remotos da minha existência: minha mãe me levava pela mão até a frente de um grande portão de ferro, onde um homem fardado, lá dentro, atendia, recebendo dela alguns documentos. 

Enquanto esperávamos, eu me distraía com o que podia ver, à altura de meus olhos, através do portão: um muro alto, branco, cuja base era bordejada por um estreito canteiro, onde um homem, de macacão azul, gorro na cabeça, remexia umas plantinhas. 

Quando finalmente o homem fardado voltava e nos admitia, abrindo o portão, o homem de macacão azul se aproximava de mim, um sorriso desdentado na grande cara vermelha, e me oferecia um raminho de violetas, que acabara de colher, porque tinha muita pena daquela menina pequenina que estava ali para visitar o pai, preso, político, retido no setor "Sala da Capela" daquela cadeia, com os companheiros de 1932... 

Eu tinha quatro anos de idade...   Para mim, até hoje, a "Sala da Capela" é simbolizada por um ramo de violetas...


Exilando-se em Portugal por ter tomado parte na Revolução Constitucionalista de 1932, escreveu em Lisboa "A Sala da Capela". Regressando do exílio, nomeado diretor da sucursal do jornal no Rio de Janeiro, afastou-se do cargo em 1941, quando o jornal foi confiscado pelo então interventor em São Paulo. 

Colaborou no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro - em 1942, mesmo ano em que Getúlio Vargas definiu a posição do Brasil em relação à 2ª Guerra Mundial, Coaracy publicou pelo Jornal do Comércio uma série de artigos intitulada "O Perigo Japonês", publicado no mesmo ano pela editora José Olympio. 

Nestes artigos, defendia a proibição da entrada de imigrantes japoneses no Brasil atacando-os através de aspectos físicos, morais e culturais.

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