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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Historia Geral da Medicina Brasileira. LYCURCO SANTOS FILHO.

Historia Geral da Medicina Brasileira. LYCURCO SANTOS FILHO.


Autor: LYCURCO SANTOS FILHO

Título: Historia Geral da Medicina Brasileira Vol. 1

Editora: EDUSP - HUCITEC

Ano: 1977

Páginas: 677


O LIVRO ESTÁ BEM CONSERVADO,BROCHURA ORIGINAL, CAPAS E PÁGINAS ÓTIMAS, COM AS ILUSTRAÇÕES EM PAPEL COUCHÉ, ÍNDICE DE ASSUNTO E LUGARES, EXTENSA LISTA DE REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA.

" NESTE VOLUME UMA, UMA PERIODIZAÇÃO DA MARCHA DA MARCHA EVOLUTIVA COORDENADA, ENQUADRA E AJUSTA OS CAPÍTULOS DA MEDICINA NO PAÍS, DESDE A ARTE ÍNDIGENA À IBÉRICA, DOS PROFISSIONAIS HABILITADOS AOS CURADORES, DA MEDICINA OFICIAL..."


Periodização da marcha evolutiva coordenada que enquadra e ajusta os capítulos da Medicina no país, desde a Arte indígena à ibérica, dos profissionais habilitados aos curadores, da Medicina oficial à popular, do ensino especializado à assistência hospitalar, das boticas aos medicamentos. Apresenta, ainda, fontes gerais e fontes especializadas da História da Medicina brasileira. O autor é considerado o tratadista da história médica brasileira com a magistral obra História Geral da Medicina brasileira.

O Prof. Lycurgo Santos Filho tornou-se um dos mais renomados historiadores da medicina  brasileira.

Uma das poucas fontes de leitura e consulta  dos nossos historiadores e interessados na historia da ciência e da profissão médica, no Brasil.


O período colonial mas, abrangendo também a medicina indígena nativa e a medicina negra, que veio da Africa com os escravos.

O primeiro volume da História Geral, dedica-se à medicina dos físicos e cirurgiões, curiosos e  feiticeiros, vigente no Biasil Colonia.

O autor traça um excelente esquema da historia da  medicina brasileira e de suas fontes que, em sua sintetica visão, informa àqueles que se vão  iniciar no seu estudo, da natureza e da periodização que o autor propõe.

Medicina Indígena; b) Medicina  Jesuítica; c) Medicina Africana ou Negra; d) Medicina no Brasil-Holandés; e) Medicina Ibérica.

Essa  última, sendo a mais extensa, abrange as atividades tanto dos assim chamados "físicos" como dos curiosos  e curandeiros da origem ibérica que dominariam a profissão durante os tempos coloniais.


há uma resenha das fontes, quer gerais, quer históricas ou religiosas, incluindo textos geográficos, efemérides, biograñas, memórias e crônicas, referências a textos de medicina que elucidam fatos históricos,  como ensaios de bibliografias médicas e esboços de elaboração de historia da medicina, até os primeiros livros de historia de medicina editados no Brasil.


O autor enfrenta a difícil tarefa de relatar historicamente a medicina, o curandeirismo e a feitiçaria imperante desde a descoberta do país ate a  das primeiras  escolas de medicina, no inicio do século XIX.


Abrangendo, ponamo, todo o período colonial. Apesar da primeira visão dos descobridores ter sido de uma terra de clima ameno e salubre habitada por uma população forte e sadia, essa visão  paulatinamente deteriorando para a de uma terra de  clima inclemenle, agravado por miasmas mortíferos e bichos venenosos, habitada por uma população infestada pelas mais estranhas doenças, tanto nativas como trazidas da África pelos negros e da Europa  pelos brancos.




Na medicina indígena, além da  fetichista do "pagé“ na cura das doenças, o  emprego das ervas medicinais tropicais, que persistem até hoje na farmacopéia modema.

Na medicina  jesuítica o autor  principalmente a transposição para a Colônia das práticas de assistência médica  européia e o inicio da organização hospilalar.

Na medicina colonial holandesa, apesar do maior preparo  científico dos "físicos" batavos, o autor não  vê grande diferença entre as condições sanitárias e de Saúde  das terras ocupadas pelos holandeses com o restante do Brasil colônia.

Entretanto, ressalta a preocupação  holandesa de trazer para a metrópole, infomiações sobre as condiçöes de saúde da populaçäo colonizada.

Daí a vinda ao Brasil de vários médicos, quase todos judeus, e a publicaçäo na Holanda de obras sobre  a História Natural brasileira, entre as quais a de Willem Piso, com observações médico-botânicas.


A fase referente a medicina iberica, praticada no Brasil  é considerada a mais importante do período colonial. Ela seria constituida pelas atividades profissionais  não só dos "físicos", formados na Península Iberica, como também, de curiosos, curandeiros, boticários,  cirurgiões e barbeiros, ibero-brasileiros.

A medicina ibérica, dessa época, ainda  não tinha sido influenciada pela ciência modema, dada a resistência oferecida à incorporaçäo desta nas universidades da  Península.

Dominavam, portanto as práticas médicas medievais calcadas nas medicinas galênica e  hipocrática, baseadas nas virtudes curativas dos remedios e nos humores dominantes nos doentes.

Era  uma medicina reduzida à experiência própria e intransmissível dos profissionais e a receituários,  semelhantes aos, até hoje, usados pelas familias interioranas.

Na Colônia essa situaçäo da medicina peninsular era ainda mais precária dada a falta de "físicos" de  formaçäo univeisìtária e o quase completo domínio de profissionais habilitados que percorriam a cavalo,  as regiöes mais habitadas do territorio brasileiro, curando as mais variadas doenças, com suas "caíxas- de-botica" e seu "breviário de receitas". A esses juntavam-se as parteiras, os cirurgiöes barbeiros e os  curandeiros.

A partir do século XVI surgem as Irmandades de Misericordia, sustentadas por esmolas e doações particulares, que sustemavam as Santas Casas de Misericórdia, destinadas a recolher e abrigar enfermos,  principalmente pobres; pois os ricos curavam-se em casa, receiosos do ambiente insalubre dos hospitais.

As primeiras Santas Casas furam as de Santos, Olinda e Salvador; mas, logo apareceram em várias outras  cidades brasileiras, inclusive pequenas cìdades do interior.

Os "físicos" e cirurgiöes que nelas atuavarn  nada recebiam e, geralmente, eram orientados por religiosas e religiosos. Além dessas Santas Casas  haviam ainda as enfennarias dos colegios jesuitas ate a expulsäo da Companhia de Jesus, em 1759.


No  final do século XVII começaram a estabelecer-se nos quartéis pequenas enfermarias as quais foram o  germem dos Hospitals Reais Militares, instalados alguns nos edificios antes ocupados pelos colegios  jesuitas.

Só no século XIX é que apareceram, nas principais cidades brasileiras as "Casas de Saúde"  oficiais, alguns poucos lazaretos e os "isolamentos" para as quarentenas, juntos aos ponos do Rio e da  Bahia.

Nessa epoca as epidemias de varíola, sarampo, impaludismo e várias outras doenças assolavam as  cidades. Isto obrigou as Cámaras das principais cidades e vilas a organizarem suas juntas de defesa da  Saúde pública, contratando "físicos" e cirurgiöes e elaborando normas de higiene, limpeza, desinfecçäo  e quarentena. Dessas normas é que, no inicio do século XIX, surgiu a vacinaçäo Contra a varíola.



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