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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

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Notas Genealógicas Familia Pereira Barreto

Itamar Bopp

Publicado por edição do autor.    

1983

bom estado, com 380 páginas. com muitas ilustrações, 16 x 23 cms, com Dedicatória e anotações de uma participante das famílias listadas. Exemplar em bom estado. 



Trata-se de uma obra estruturada em três partes: No preâmbulo ( 1ª. Parte), o autor presta homenagem à cidade de Resende, onde, dentre as inúmeras famílias pioneiras e de destacada atuação política e empresarial, sobressai a Família Pereira Barretto.

Faz, outrossim, a apresentação da obra, inserindo o seu índice onomástico, bem como o sumário dos capítulos e, ainda, as fontes consultadas e as abreviaturas. Ainda nesta parte, tem-se o “Prefácio”, da lavra de Rafael Ribeiro do Valle. 

Na 2ª. Parte, o autor discorre sobre a vida e obra do patriarca Comendador Fabiano Pereira Barretto. 

Inicia, contudo, abordando os primórdios do desbravamento da área na qual foi implantado o município de Resende, inicialmente pisada pelo Cel. Simão da Cunha Gago, das antigas milícias de São Paulo, em companhia do bandeirante Máximo Barbosa e do Padre Felippe Teixeira Pinto. O trio se associou, formando uma “bandeira”, objetivando encontrar ouro, acabando por ali se estabelecerem. 

Sem deixar de tocar em outros pontos dos primórdios, o autor passou a traçar o perfil do comendador Fabiano Pereira Barretto. Como acentuado no prefácio, no capítulo dedicado à sua influência econômica, caracteriza-o como o “Grande Capitalista de Resende”, o qual além de comerciante e fazendeiro, chegou a possuir a maior frota de barcos do rio Paraíba, através da qual pode embarcar, em um só ano, mais de 100 mil arrobas de café destinadas à exportação. 

Como benemérito, o autor aponta o patriarca como criador da chamada “Escola Gratis”, destinada a meninos das famílias carentes, sendo que um de seus ex-alunos veio a se tornar a maior fortuna de Resende, o Barão do Salto. Como político, foi, juntamente com o padre José Marques da Motta e o Vigário Joaquim Pereira de Escobar, um dos responsáveis pela elevação de Resende à condição de cidade, e, aos 27 anos, foi eleito vereador pela vez primeira, reelegendo-se ainda por 4 vezes, tendo presidido a Câmara Municipal por 4 legislaturas. 

Foi Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional, adestrando Voluntários da Pátria para a Guerra do Paraguai; Foi deputado em seis sessões consecutivas na Assembléia Provincial. O seu prestígio fez com que se iniciasse a construção da via férrea entre Piraí e Resende, tendo sido o melhoramento inaugurado aos 9 de fevereiro de 1.873, percorrendo a locomotiva “Petrópolis” os trilhos recém colocados, sucesso não presenciado pelo idealizador que morrera no ano anterior.

Nessa parte, vale lembrar, ademais, que, em 1.867, o Cel. Fabiano presidiu a Comissão de Recepção às S.A. Conde D´EU e a Princesa Isabel, em trânsito pela cidade rumo a São Lourenço e Caxambu. 

Na 3ª. Parte, aparecem as Notas Genealógicas dos 11 (onze) filhos do casal Dona Francisca de Salles Pereira Barretto e Comendador Fabiano Pereira Barreto, sendo o 6º deles, o médico e cientista Dr. Luiz Pereira Barreto, o qual, além de desbravador desta região de Ribeirão Preto, foi o introdutor do café “Bourbon”. 

É de ser lembrada uma das epopeias mais significativas para a ocupação destas plagas do estado de São Paulo. Assim é que, em janeiro de 1876, o primogênito, o coronel José Pereira Barretto, irmão de Luiz,seu filho Fabiano, o‘Bizinho’, seu sobrinho Antônio de Paulo Barreto Ramos e seus irmãos Miguel Pedroso Barretto e Francisco Pereira Barretto e o filho deste, José Cristiano, saíram em expedição para conhecer as terras do então, “Oeste” paulista. 

Da Estrada de Ferro Pedro II, hoje Central do Brasil, seguindo até Cachoeira Paulista, ponto então terminal dessa via férrea. 

Ali chegados, em janeiro de1876, acompanhados de escravos, pagens, transportando enormes cargueiros, que haviam partido antes pela estrada de rodagem, margeando a várzea do Paraíba, prosseguiram até Jacareí,onde os aguardava o Dr.Luiz Pereira Barretto, pronto para acompanhá-los às plagas tão faladas do “Oeste paulista”. 

Passaram por Camanducaia, Ouro Fino, São Carlos do Pinhal, Casa Branca, onde se hospedaram na celebre fazenda “Brejão”, de propriedade de Dona Veridiana Prado ( e que, por coincidência, hoje, pertence a um membro da família Pereira Barretto). Dalí seguiram em direção a São Simão e Ribeirão Preto, onde adquiriram e se fixaram na Fazenda Cravinhos, núcleo que deu origem à cidade do mesmo nome. 

Os descendentes do Cel. José Pereira Barreto, até hoje, estão fixados em nossa região, nas cidades de Cravinhos, Ribeirão Preto e Brodowski. Ainda, o 4º filho do Comendador Fabiano foi Rodrigo Pereira Barretto, um dos grandes fazendeiros desta região de Ribeirão Preto.Foi ele que adquiriu o quinhão herdado por Gabriel Diniz Junqueira na divisão da Fazenda Lajeado e que tinha o nome de “Santa Maria” e, ao que consta, foi a propriedade pioneira na plantação de café em Ribeirão Preto, chegando a ter 70.000 pés. 

Com a morte de Junqueira, em 1873, a sua viúva a vendeu para Pereira Barreto, que mudou o nome para “Eldorado. Anos depois, ele a alienou para a família Silva Prado que lhe atribuiu o nome de Fazenda São Martinho. 

Rodrigo Pereira Barreto foi vereador à Câmara Municipal de Ribeirão Preto e foi no seu “solar”, situado no início da atual rua Luiz da Cunha ( antiga Antarctica), que, no dia 24 de outubro de 1.886, ficaram hospedados o Imperador Dom Pedro II e D. Tereza Cristina, ocasião em que vieram inaugurar a estação da Cia. Mogiana. 

O autor Itamar Bopp nasceu em 21 de dezembro de 1902, em Tupanricetã, estado do Rio Grande do Sul, filho de Alfredo Bopp e de Josefina Kroeff. Faleceu em São Paulo, em 21 de setembro de 1992, prestes a completar 90 anos Adotou a cidade de Resende, no estado do Rio de Janeiro, berço de sua esposa Silvia Miranda, como a sua verdadeira terra, após viver de 1930 a 1933 movimentada passagem por ali, no contexto da Revolução de 30.

Foi Tabelião do Registro de Títulos e Documentos de Resende. Nos anos 50 estudou heráldica com o conhecido historiador, o Professor Enzo da Silveira e outros. Autor do brasão de armas adotado pela Câmara Municipal em 29 de novembro de 1959. Recebeu o título de “Cidadão Resendense”, homenagem concedida pela Câmara Municipal de Rezende, a 27.08.1959.Pertenceu a diversas entidades dedicadas à história, às letras e à genealogia: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Instituto Genealógico Brasileiro, Instituto Histórico de Niterói, Instituto de Estudos Valeparaibanos, Instituto Histórico e Geográfico Campanhense - MG, Instituto Histórico e Artístico de Parati - RJ, Sociedade Geográfica Brasileira, Sociedade Sul-riograndense, Ordem Nacional dos Bandeirantes, União Brasileira de Escritores, Academia Angrense de Letras e Artes, Academia de Letras Municipais do Brasil – além de inúmeras outras associações filatélicas.No Colégio Brasileiro de Genealogia, ascendeu a Sócio Titular em 10 de abril de 1992, cinco meses antes de seu falecimento.Foi grande pesquisador da região onde residia, sobre ela publicou monumental obra histórica. 

Alguns trabalhos de sua autoria: - Resende – os cem anos da Cidade - 1848-1948 – seu primeiro trabalho, com a colaboração do Coronel José Alfredo Sodré - 1948; - Notas Genealógicas e histórias do: bandeirante Roque Bicudo Leme; sertanista Coronel Simão da Cunha Gago; vigário Felipe Teixeira Pinto, donatário Cel. Fernando Dias Paes Leme da Câmara - . São Paulo, 1987; - Primeiros povoadores de Resende: Roque Bicudo Leme – Achegas a genealogia paulista de Silva Leme. Ramos paulistas e fluminenses - Revista Genealógica Latina, vol. 8, nº 8 – 1956;. - Primeiros povoadores de Resende: Soares Louzada - Revista Genealógica Latina vol. 9-10, nº 9-10, 1957/1958;. - Primeiros povoadores de Resende: Família Pinto de Abreu - Revista Seleções Católicas, 1959. Nota: Deste trabalho foi feita separata, no mesmo ano de 1959, com o título: Primeiros povoadores de Resende (Subsídios à Genealogia Fluminense), 11 págs., São Paulo, 1959. Na segunda página, o autor adverte: 

“Com o objetivo de ampliar a divulgação de dados genealógicos, obtidos em fonte absolutamente seguras, é que publicamos esta separata, de artigo inserido na revista mensal « Seleções Católicas », a fim de ser gratuitamente distribuída.” - 

O Primeiro Padre na Matriz de Resende - Revista Seleções Católicas, 1960; - Primeiros povoadores de Resende: familia Visaconde do Salto - Revista Genealógica Latina, vol. 12, n.12, 1960; - Correio de Dom Pedro I – no 7 de Setembro de 1822 - Revista Seleções Católicas, 1961; - Primeiros casamentos na Matriz de Resende – ns. 1-108 – anos 1762 a 1779 - Revista Genealógica Latina, vol. 13, n.13, 1961;. - Primeiros casamentos na Matriz de Resende – ns. 109-158 – anos 1784 - Revista Genealógica Latina, São Paulo, vol. 14-15, n.14-15, 962/1963; - Primeiros casamentos na Matriz de Resende – ns. 159-182 – anos 1784, in Revista Genealógica Latina, São Paulo, vol. 16-17, n.16-17, p.29-33, 1964/1965. - Primeiros casamentos na Matriz de Resende – ns. 183-226 – anos 1784 a 1792 - Revista Genealógica Latina, vol. 18-19, n.18-19, 1966/1967. - Centenário do nascimento de Alfredo Bopp e sua descendência - Revista Genealógica Latina, vol. 18-19, n. 18-19, 1966/1967; - Primeiros casamentos na Matriz de Resende – ns.227-299 – anos 1792 a 1799 - Revista Genealógica Latina, vol. 20, n.20, 1968;. - Resende – Casamento 547 – Subsídio Genealógico – Família Gomes Jardiim - 1968. - Resende – Casamento 1000 – em Notas Genealógicas do Dr. Carlos da Silveira, e outros. Editado sob o patrocínio dos Institutos Genealógico Brasileiro, e Histórico e Geográfico de São Paulo, 1970. - História do Correio de Resende; O selo da República com o carimbo de 1-II-1890; Os carimbos de Resende - e outros publicados em revistas filatélicas; - Notas Genealógicas: 1.ª Parte: Casamentos na Matriz de Resende – ns.300 a 500; 2.ª Parte: Subisídio genealógico – Família Carneiro de Azevedo Maia; 3.ª Parte: Primeiros Povoadores de Resende, Novas notas genealógicas ao Casamento 704 – Família Rocha Correia - Biblioteca Genealógica Latina, vol. 6, 1971, . Inéditos: - Notas Genealógicas e Centenário de Antonia Freire; - História do Município e a instituição dos Correios e carimbos postais 1829-1889. - Resende – Casamento 610 – Subsídio da Família Pereira Barreto . - Resende – Casamento 701 – Subsídio da Família Villaça.


Resende, foi a região pioneira da grande cultura do cafeeira em nosso país. Foi o primeiro pedaço de terra brasileira onde o café encontrou acolhida com os elementos que foram propícios para o seu desenvolvimento. 

Todas as memórias confiáveis, que tratam da propagação do café na Província do Rio de Janeiro, são uniformes em atribuí-la a pouco depois de 1770, isto é, logo que a espécie já cultivada nesse tempo nas terras do convento dos padres Barbadinhos e na chácara do holandês Hoopman, na rua São Cristóvão no Rio de Janeiro. 

Este, forneceu as sementes que se propagaram pelo interior da província.Foi dali que os padres Couto e João Lopes, receberam as plantas que foram distribuídas no caminho de Resende pelo primeiro e através do distrito de São Gonçalo seguindo em direção ao noroeste fluminense,pelo segundo, conforme mencionou João de Azevedo Carneiro Maia em seu livro referencial sobre a história de Resende:“Notícias Históricas e Estatísticas do Município de Resende, desde a fundação”de 1891 e também a “Seleta Brasiliense”de J.M.P.Vasconcellos,  impressão de 1868. 

Por outro lado é sabido que neste mesmo tempo, muito se esforçara o Marquês do Lavradio, então Vice-Rei do Brasil, no empenho de disseminar a cultura do café, desta forma distribuindo grande quantidade de sementes pelos distritos de São Marcos(atual Piraí) e do Campo Alegre(atual Resende),apelando a um poderoso incentivo empregado, que era isentar do serviço milícias a todo o lavrador que provasse ter plantado certa quantidade de pés de café. 

Conclui-se do exposto que feita a sementeira em 1775,antes de 1785 já deviam existir alguns cafezais em efetiva produção.  Consta que os primeiros cafezais de Resende se formaram em torno da sede da frequesia, e nos sítios próximos, de onde foram sendo transportadas muitas mudas para os municípios vizinhos(fluminenses e paulistas).

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Um comentário:

  1. Uma excelente homenagem a Resende, do escritor Itamar Bopp, considerado um dos maiores filatelistas do Brasil

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