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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
O Grande Processo Louis Nizer Julius e Ethel Rosemberg casal
O Grande Processo
Louis Nizer
editora: Nova Época
ano: 1973
descrição: 423 páginas em brochura, bom estado de conservação. Narrativa: História Verídica. Baseada em Fatos, O caso de Julius e Ethel Rosemberg, os espiões que entregaram o segredo da bomba atômica aos russos. escrito por Louis Nizer, chamado de "advogado lendário" pela Newsweek;;
O autor considerado um dos; maiores criminalista contemporâneo narra em detalhes tudo relacionado há este caso, merece ser lido pois até hoje esse julgamento é considerado o maior erro da justiça americana.
Em casos históricos, a Justiça se negou a considerar a questão da invasão de privacidade pela imprensa. Por exemplo, o caso de Ethel e Julius Rosenberg, que foram executados após terem sido condenados por espionagem contra os EUA. Seus dois filhos pequenos mudaram seus nomes depois das execuções e começaram uma vida nova. Um dos advogados do caso, Louis Nizer, escreveu um livro (The Implosion Conspiracy), de 1973, em que identifica os dois meninos – hoje homens – como filhos dos Rosenberg. Os meninos processaram o advogado por invasão de privacidade e perderam! No ambiente de imprensa livre, temos a vitória da informação pública.
O casal Rosenberg foram pessoas tipicamente minúsculas, sem importância, que talvez não tenham ajudado tanto a União Soviética como muitos observadores acharam. Eles entregaram o segredo da bomba atômica por pura convicção racial, isto é, fazendo isso como parte do seu dever para com a União Soviética, e, de forma muito característica, conforme declararam em defesa própria, que os Estados Unidos eram aliados da União Soviética.
Mas as chamas sulfúricas se inflamaram com um calor muito intenso e violento, quando o casal Rosenberg estava para ir para a cadeira elétrica.
Segundo a lei, os Rosenberg eram espiões; eram traidores dos Estados Unidos. No entanto, noventa e nove por cento do mundo judaico ficaram firmes ao lado deles, defendendo-os, de forma solidária.
Os milhões de judeus do mundo judaico, os capitalistas e os proletários, tanto os que moravam nas luxuosas mansões de Sea Gate como os que habitavam nos cortiços do Bronx, os judeus do West End de Londres, bem como de todas as capitais do mundo, uniram-se solidariamente em passeatas, para forçar Eisenhower a perdoar a vida do casal criminoso, usando para isso as suas prerrogativas de presidente da República.
Aos olhos dos cidadãos americanos patriotas e honestos, toda essa campanha, com seus piquetes, parecia um comício comunista.'
"Se Use Koch, a assassina de judeus, pôde ser perdoada'' — diziam os letreiros que os que tomaram parte da passeata levavam — "por que os Rosenberg têm de morrer?"
— "Os professores Einstein e Urey exigem o perdão!"
— "Destacados líderes de Israel estão pedindo o indulto!"
— podia ser lido em outros cartazes.
Em cinco continentes, capitalistas e comunistas, intelectuais de alta cultura e simples talmudistas juntaram suas forças para salvar os espiões comunistas.
Em Londres, os judeus amigos de Rosenberg ajoelharam-se, deitaram-se nas ruas, e pediram perdão aos gritos, num protesto que engarrafou o trânsito numa extensão de quilômetros.
Em Moscou, em Budapeste e em Bucareste, e em outras capitais de todo o mundo, foram escritas histórias comoventes na imprensa de cada país sobre a carreira dos dois traidores.
Na Praça União, em Nova Iorque, os policiais irlandeses mal puderam conter a situação provocada pela judias fanáticas que desmaiavam, ao saberem que o seu país adotivo, os Estados Unidos, tinham executados os dois traidores, de acordo com a sentença do tribunal.
"Foi interessante ouvir a rádio de Nova Iorque depois que as execuções foram feitas" — escreveu o American Hungarian Voice.
"Havia locutores que quase soluçavam ao darem a notícia. Outras estações, após anunciarem a execução, tocaram música fúnebre. Na Praça União, as mulheres judias jogaram-se na rua asfaltada, gemendo e lamentando-se de forma histérica, e até alguns dos homens começaram a chorar, gritando:
"Eles os mataram... eles os mataram!"
Na cerimônia do enterro, Emanuel Bloch, o advogado de defesa dos dois condenados executados, declarou:
"Eu responsabilizo como culpado pelo assassinato dos Rosenberg o presidente Eisenhower, o Promotor Público Geral Browell e Edgar Hoover, diretor do F.B.I. Foram eles que deram a ordem para que o botão da cadeira elétrica fosse apertado. Essas duas pessoas queridas, ternas e cultas foram vítimas de um assassinato frio e premeditado. Elas lutavam contra o despotismo. Os Estados Unidos estão gemendo, hoje em dia, sob a tirania de uma ditadura militar, disfarçada com roupas civis".
Talvez não apenas a voz de Emanuel Bloch devesse ser ouvida sobre os caixões dos Rosenberg, mas também o eco das palavras de Julius Streicher:
"...vocês serão enforcados pelos bolchevistas!"
Em 1951, Morton Sobell foi julgado e condenado em companhia de Julius e Ethel Rosenberg, todos os três acusados de espionagem. O casal foi executado em junho de 1953, na primeira aplicação da pena de morte por espionagem contra civis na história americana. Sobell cumpriu mais de 18 anos de prisão e, ao ser libertado, em 1969, viajou a Cuba e ao Vietnã e se tornou defensor de causas progressistas. Reiterou ao longo dos anos ser inocente. Mas anteontem Sobell, 91, reverteu sua posição e esclareceu aspectos de um caso que continua a alimentar paixões. Admitiu pela primeira vez ter sido espião soviético. E implicou Julius Rosenberg em uma conspiração que transmitiu aos soviéticos informações militares e industriais confidenciais, além daquilo que o governo dos Estados Unidos definiu como "o segredo da bomba atômica". Perguntei a Sobell, que vive em Nova York, se, como engenheiro elétrico, ele entregou segredos militares aos soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética era aliada dos EUA. Em resumo, ele havia sido espião? "Sim, sim, pode me definir assim", ele respondeu. Sobell concorda com a avaliação consensual de historiadores de que Ethel Rosenberg estava ciente da espionagem de seu marido, mas não era partícipe. "Ela era apenas culpada de ser a mulher de Julius." Ontem os Arquivos Nacionais americanos, em resposta a um pedido do Arquivo de Segurança Nacional (organização sem fins lucrativos), deram acesso a jornalistas e historiadores à maior parte dos depoimentos do caso. A confissão de Sobell reforça a tese de que Ethel pode ter sido incriminada indevidamente pelos promotores.
Julius Rosenberg (12 de maio de 1918 – 19 de junho de 1953) e Ethel Greenglass Rosenberg (25 de setembro de 1915 – 19 de junho de 1953) foram judeus comunistas estadunidenses que foram executados em 1953 após serem condenados por espionagem.
As acusações foram em relação à transmissão de informações sobre a bomba atômica para a União Soviética. A execução deles foi a primeira de civis por espionagem na História dos Estados Unidos.
Desde a execução, telegramas soviéticos descodificados parecem confirmar que Julius agiu como mensageiro e recrutador para os soviéticos, mas as dúvidas em relação ao nível de envolvimento de Ethel na trama persistem.
A decisão de executar o casal foi e ainda é controversa. Os outros espiões capturados pelo FBI não foram executados. O irmão de Ethel, David Greenglass, que forneceu documentos a Julius, serviu 10 dos 15 anos de sua pena.
Harry Gold, o mensageiro de Klaus Fuchs, que forneceu informações muito mais detalhadas aos soviéticos sobre a bomba atômica, serviu 15 anos.
Morton Sobell, julgado junto com os Rosenbergs, serviu 17 anos e 9 meses. Em 2008 ele admitiu que era espião e confirmou que Julius estava em "uma conspiração que entregava aos soviéticos informações militares e industriais confidenciais".
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