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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Osório Cesar Tarsila do Amaral Onde o Proletariado Dirige. 1932 Paraiba comunismo psiquiatria arte inconsicente alienado socialismo bolchevique

Onde o Proletariado Dirige - Visão Panorâmica da Rússia Soviética.

S. Paulo: S. Ed.

1932.


livro em bom estado geral de conservação, sinais de uso do antigo dono, encadernado em capa dura, em couro, escasso, coda1b-x4,não perca, saiba mais. testemunha da viagem do casall, ilustrações da dama da pintura no Brasil Tarsila do Amaral. A perspicacia do psiquiatra paraibano e intelectual como poucos no Brasil.


OSÓRIO CESAR (1895 – 1979)

Osório César, figura marcante da psiquiatria brasileira no século XX.
O paraibano Osório Thaumaturgo Cesar, natural de João Pessoa, nasceu em 17 de novembro de 1895. Muito jovem e com talento para a música, tocava violino, veio para São Paulo em busca de melhores condições de estudo.

Tinha 17 anos, matriculou-se na Faculdade de Odontologia e formou-se quatro anos depois. Não chegou a exercer a profissão, sustentava-se lecionando música. Iniciou o curso de Medicina em 1918, mas teve que transferir-se para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1920. Concluiu o curso com 30 anos de idade, em 1925. No mesmo ano começou a trabalhar no Hospital do Juquery e lá permaneceu por 45 anos. Faleceu em Franco da Rocha em 1979

A primeira questão que nos ocorre é como um jovem nordestino vem a São Paulo e consegue relacionar-se com as principais figuras da cena paulistana. Se não bastasse o grande número de amigos que granjeou no meio médico e artístico, casou-se com a grande dama da pintura brasileira.

Um dos catalisadores dessa integração com a sociedade paulistana era seu talento musical, sua simpatia pessoal e sua erudição que o tornou um crítico de arte respeitado. Osório César criou o Grupo Cultura Musical e promovia reuniões de artistas onde se ouvia música, se desenhava e transformavam os desenhos em pintura. Um dos participantes desse grupo foi o pintor Aldo Bonadei.

Osório César já era um homem maduro e com experiência em lidar com pacientes e com arte quando publicou seu primeiro trabalho publicado nas Memórias do Juquery em 1925: “A Arte Primitiva nos Alienados: Manifestação Esculptórica com Caracter Symbolico Feiticista num Caso de Syndroma Paranóide”. Nos seus primeiros anos como médico psiquiatra do Juquery, sua produção era eclética, tem vários trabalhos sobre anatomia-patológica e um sobre glândulas.

Em 1932 viajou para a URSS com Tarsila do Amaral. Estudiosos da obra da pintora relatam à influência que ele exerceu sobre ela e a influência do social nas novas produções da mesma. Um dos seus quadros mais importantes, Os Operários, foi produzido depois dessa mudança. Osório Cesar, em seu retorno, produziu alguns textos de exaltação comunista. “Onde o Proletariado Dirige” (1933). O que é o estado proletário, também em 1933. No ano seguinte publicou A Proteção da saúde pública na União Soviética no 16º. Aniversário da revolução de outubro”

A vida psiquiátrica de São Paulo estava centrada no Hospital de Juquery. Seu fundador e primeiro diretor foi Francisco Franco da Rocha que lá permaneceu até 1923. O segundo personagem foi Antonio Carlos Pacheco e Silva que permaneceu na direção de 1923 até 1937. Lá trabalhava Durval Marcondes, Anibal Silveira, Osório César e praticamente todos os principais psiquiatras paulistas daquele tempo. Na prática clínica eram aplicados os conceitos da prática psiquiátrica da época, entre eles a laborterapia. A terapia pela arte foi desenvolvida por Osório César ainda como estudante interno. Surgiram no seio do Juquery as primeiras comunicações psicanalíticas, mas não havia a prática psicanalítica que só foi estruturada mais tarde com a chegada a São Paulo da Dra. Adhelaide Koch (1936).




Osório César tinha na sua biblioteca inúmeras obras de Freud, demonstrava ser conhecedor das idéias freudianas, mas nunca praticou a psicanálise. Ele consta como um dos 24 membros fundadores da sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo em 1927 e , também da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro em 1928.

Quando em 1929 publicou seus estudos sobre “Expressão Artística dos Alienados – Estudos dos Símbolos na Arte” remeteu um exemplar a Sigmund Freud que confirmou o recebimento com uma carta em que comentava sua satisfação pelo interesse pelo estudo da psicanálise no Brasil. (Infelizmente, esse documento teria se perdido no incêndio dos Arquivos do Hospital de Juquery).

O nome de Nise da Silveira é mais conhecido na área da produção artística dos pacientes psicóticos, no entanto, ela mesma reconhecia o pioneirismo de Osório César nessa área. De qualquer forma, ganhamos nós com a existência do Museu do Inconsciente no Rio de Janeiro e com o Museu Osório César em São Paulo.

Osório César passou para a história como adepto do comunismo, mas não há referência de uma participação mais ativa além das viagens a URSS e as prisões da ditadura. Na medida em que ia ficando mais velho, começou a interessar-se por fenômenos místicos e religiosos. Em 1956 publicou trabalho feito em parceria com Roger Bastide: Pintura, Loucura e Cultura. Nesse trabalho eles discutem as relações entre imigração e perturbações mentais, a partir da produção artística de estrangeiros internados no Juquery. Nessas pesquisas sobre cultura e loucura, Osório Cesar estudou fenômenos espíritas e teria feito uma apresentação sobre o assunto na Associação Paulista de Medicina. Em 1941.


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